segunda-feira, 12 de maio de 2014

A cirurgia plástica na terceira idade


A cirurgia plástica na terceira idade
Dr. Pedro Alexandre
 A expectativa média de vida, tomando por base o Brasil, segundo dados oficias, era, em 1910, de aproximadamente 34 anos, passando para cerca de 66 anos em 2000. Além da duração da vida ter praticamente dobrado nesse período, a sua qualidade foi bastante melhorada, especialmente pelos maiores cuidados com a saúde, a higiene e os hábitos alimentares que foram sendo incorporados a nossa cultura com o passar dos anos. As mulheres tinham outro agravante: múltiplas gestações, em geral, e em idade muito tenra, o que também as debilitava precocemente.

Dessa forma, as pessoas atingiam o que hoje seria a meia idade, já com poucas perspectivas e com a aparência física e estado psíquico de um ser humano bastante idoso e frágil. Ora, se a duração da vida humana aumentou, a consequência disso é que se passou a encarar suas diversas fases sob outro prisma. Evidentemente, não podemos parar o tempo, mas por que não envelhecermos com qualidade e dignidade, sem falarmos na autoestima?

A cirurgia plástica, hoje, quando indicada a pacientes acima dos 65 anos é, muitas vezes, vista com reserva por algumas pessoas, como se fora excesso de vaidade, falta de aceitação da própria idade, o que, na verdade, não passa de falta de compreensão e, até de certa dose, de preconceito de quem assim a julga. Por isso, é importante que se entenda que a busca de melhor aparência por pessoas de idade avançada não significa que elas queiram negar que o tempo passou, mas, sim, ao invés de se acomodarem, procurar atenuar os seus efeitos fazendo exercícios regularmente, alimentando-se bem, tratando de seus dentes, ocupando bem o corpo e a mente e também lançando mão dos grandes benefícios que a cirurgia plástica pode lhes proporcionar. Em outras palavras, cuidar-se mais para procurar viver melhor.

A cirurgia do rejuvenescimento facial em uma paciente de 70 anos não deve nem pode ter a pretensão de torná-la com a aparência de uma mulher de 30 ou 40 anos. Entretanto, o cirurgião plástico consciente, empregando as técnicas adequadamente de forma a suavizar a flacidez da pele e remover as bolsas em torno dos olhos, por exemplo, pode proporcionar a essa paciente uma grande satisfação pela sensação de conforto e bem-estar obtidos, sem cair no erro de alterar sua expressão natural, o que traria um aspecto desagradável por causar uma desarmonia com o restante do seu corpo e da sua faixa etária.

Da mesma forma, muitas pacientes mais idosas se sentem altamente gratificadas por melhorarem sua silhueta, apenas eliminado um abdômen globoso ou seios muito volumosos e caídos que lhe davam uma aparência de descuido consigo, má postura e deselegância. Pálpebras caídas, aparentando cansaço, são muitas vezes incongruentes em homens com um espírito ainda jovial e bem disposto. Por vezes, um pequeno detalhe que passa até desapercebido por quem não dele padece pode fazer toda a diferença para a obtenção de um convívio social  mais feliz para o idoso, possível hoje graças à maravilhosa conquista da longevidade.

Ao prolongar a vida humana, a ciência vem produzindo uma legião de pessoas com idade cada vez mais avançada. Estas, sem pensarem no passado e nem no futuro, enquanto o passar do tempo, inexoravelmente, as faça cada dia mais velhas, buscam com sua luta por mais vida, que essa lhes traga a mágica sensação de ter valido a pena ter vivido cada momento como realmente novo.

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